Donald Fauntleroy Duck anda pelos filmes para crianças desde 1934. Criado para ser o contraponto do Rato Mickey, tornou-se no bom vizinho, amigo trapalhão e, mais tarde, no apaixonado namorado de Margarida.
A primeira aparição do Pato Donald numa curta-metragem deu-se com “The Wise Little Hen” (a 9 de Junho de 1934), da série dos “Silly Symphonies”. Curiosamente, "a saída do ovo" poderia ter acontecido mais cedo, uma vez que ele já é mencionado no guião de um storyboard escrito por Walt Disney em 1931, tendo mesmo Ferdinand Horvath feito alguns esboços.
E sim, eu encontrei o vídeo de estreia no Youtube!
Cá está:
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A concepção da personagem foi fruto da parceria de dois íntimos colaboradores de Walt Disney: Carl Barks e Al Taliaferro. Nesta curta-metragem, Donald surgiu já com os traços que o viriam a celebrizar: o fato de marinheiro azul, o quépi na cabeça e a sua faceta temperamental. O sucesso do filme levou a Disney a autorizar que Donald fosse a personagem principal de uma série de tiras cómicas diárias, publicadas em reputados jornais como o New York Times a partir de 16 de Setembro de 1934. Apesar de tudo, Donald ainda não soltava os seus inconfundíveis quacks!
Aos poucos ele foi ganhando espaço e a fama se completou quando Clarence Nash, um homem do campo, entregador de leite e exímio imitador de sons de animais, caiu nas graças de Walt Disney. O homem recitou o poema “Maria tinha um carneirinho” com aquela voz esganiçada e Disney imediatamente encontrou a alma de seu pato. Nash foi a voz oficial de Donald durante mais de 50 anos, calando-se apenas quando a morte o levou, em 1986.
Taliaferro e Bob Karp criaram uma série de personagens coadjuvantes que ajudaram a aumentar a popularidade de Donald: os seus sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho (1937), a sua namorada Margarida (1940), seu cão Bolívar, o Tio Patinhas, a Vovó Donalda e o seu empregado Gansolino e o seu primo e arqui-rival Gastão.
Muita da popularidade de Donald centrou-se na tipificação do seu personagem e na identificação que a faixa etária mais adulta tinha com as suas características psicológicas em plena época de New Deal: um eterno azarado, trapalhão, pouco inteligente, sem um tostão no bolso, humilhado pelo seu patrão e tio Patinhas e condenado a aturar as travessuras dos seus irrequietos sobrinhos.
Tal como a maioria das personagens Disney, Donald não tem filiação explícita, nem uma data de aniversário definida. Dele se sabe apenas que foi abandonado ainda bebé à porta da Vovó Donalda, que o criou na sua quinta. Apesar disso, em meados dos anos 40, Donald suplantava em popularidade até o Rato Mickey.
O sucesso do Pato Donald na Europa fez-se sentir mais na Itália (onde Donald é conhecido como Paperino), tendo a Disney contratado, em 1959, uma série de desenhadores para elaborar histórias para a personagem. Em 1967, a Disney Itália concebeu a personagem de Superpato, identidade secreta de Donald, variação que foi bem aceite pelo público.
Em Portugal, a revista do Pato Donald começou a ser publicada em 13 de Maio de 1981. Mais recentemente, Donald surgiu num pequeno sketch cómico ao lado de Daffy Duck em Who Frammed Roger Rabbit? (Quem Tramou Roger Rabbit?, 1988) e tem sido presença constante na série de animação Duck Tales (1992-2002) para além de curtas-metragens.
Da sua carreira, constam cerca de 200 filmes animados, 12 nomeações para o Óscar e um conquistado (com "A face do Fuehrer", de 1943) e milhares de histórias de banda desenhada.
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